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Ambiente para que te quero

A.J.Pinto Pires

(professor)

 

Pensávamos que era o idílio da nossa existência enquanto sapiens à superfície da Terra. Terra, um planeta em ebulição, se bem que desde há muito, porque interessado no assunto, o percebi em extinção. Embora, não se sabendo quando nem de que modo.

Há cerca de meio século perguntaram a Claude Levy-Strauss, conceituado antropólogo, o que seria deste planeta ante a ocorrência de uma catástrofe global, já se falava do nuclear, e o fantasma da Baía dos Porcos estava bem presente no horizonte. Strauss pura e simplesmente respondeu que poderia sobreviver um terço da humanidade, cujos modos de vivenciais se limitariam a reproduzir os anteriores. Dixit.

Neste meio século ocorrido, a população mundial atingiu níveis recorde, o consumismo tornou-se uma das bases da própria humanidade, algumas cidades viraram megapolis, e fomos esquecendo o essencial e fundamental: a mãe natureza, o ambiente.

Olhamos os currículos escolares, alguns cheios de intenções, mas, os procedimentos! Rapidamente nos apercebemos que essas questões da preservação ainda nos passam muito ao lado. Em primeiro lugar está o “Eu”, o conforto de cada um e por aí adiante. As grandes superfícies para deleite consumista. Ou não fosse o individualismo um dos fenómenos que tem crescido de forma exponencial.

E o que tem isso a ver com a Covilhã ou a nossa região? Acrescentaria que muito ou tudo, porque, enfim, isso só dirá respeito aos outros! Somos um país tão pacífico, um dos mais, diz-se.

Vai daí, não deparamos com políticas consistentes de defesa do meio ambiente, o copinho de plástico continua a imperar em tudo quanto é sítio e festança, olha agora andar com copo de alumínio ou outro. Basta percorrer a Avenida Frei Heitor Pinto pela manhã, ou o campo das festas, onde não passam varredores, a seguir a uma noite de festança, para constar da enorme quantidade de lixo deixado por aí, quando não deveria ser permitido aos frequentadores da noite ser portadores de qualquer tipo de vasilhame para o exterior. Desde o retirar as antenas às viaturas estacionadas, berrarias em alto som às tantas da madrugada, paredes e recantos transformados em mictórios coletivos, vale tudo. Já que ninguém é coagido.

A região e a cidade têm sido pródigas em animação, mas não se tem sabido tirar o devido partido desses eventos para abordar e enfrentar com a devida frontalidade esse anátema que nos atormenta e nos pode coagir, o que já acontece, a qualquer momento. O tão falado e propalado ambiente…

Têm-se perdido muitas oportunidades. Estamos sempre a tempo de tudo, embora nos fique aquela sensação não sei se impotência, no meu caso pessoal, ou de prepotência.

Visitei recentemente três países bálticos e extrai três fotos que reproduzo: não vi um único papel no chão, não vi condutores apressados e a buzinar, centros histórico/urbanos despejados de viaturas.

Ficam os reparos.

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