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Resultado do teste demora cinco horas até ser conhecido

É pelo serviço de Patologia Clínica que passam as análises de todos os doentes habituais do Centro Hospitalar. As últimas semanas obrigaram à adaptação a uma nova logística e a cuidados redobrados, uma vez que é também aqui que são analisadas todas as amostras covid-19 internas.

Para o efeito foram destinadas duas salas com características especiais, nomeadamente a pressão negativa.

Lidando com um vírus de contornos desconhecidos, as precauções multiplicaram-se. A superfície em inox do balcão onde recebem as amostras dos testes ao novo coronavírus é constantemente desinfectada. Trocam de roupa antes de entrar ao serviço, quando saem voltam a mudar de roupa e, à chegada a casa, tomam banho, vestem outra muda.

“Todos os produtos são potencialmente contaminados, daí todos os cuidados. Tenho de ter todo o pessoal a trabalhar na Urgência também com as precauções máximas. Já trabalhamos com muita segurança, mas aumentámos o grau de segurança”, conta Conceição Faria, a directora do serviço.

 Diariamente, um dos turnos passou a estar dedicado exclusivamente às amostras covid-19, um trabalho moroso. Desde que é feita a análise, demora cinco horas até ser conhecido o resultado.

“São testes muito demorados, são teste muito manuais, demora mais ou menos cinco horas cada rodada, cada grupo de doentes, até serem conhecidos os resultados, porque  a primeira parte é uma técnica manual e a segunda parte de leitura demora duas horas a fazer”, pormenoriza Conceição Faria, à frente de uma equipa a quem só é possível ver parte do rosto, tapado pelas máscaras que todos têm de usar dentro das instalações do hospital.

Mas há vida além do SARS-COV-2. Os outros dois turnos continuam a dar resposta às habituais análises. Seja de grávidas, de doentes oncológicos ou a infecções.

É também a partir do serviço de Patologia Clínica que são reportados à Administração Regional de Saúde os resultados diários dos exames feitos. Procura-se fazê-lo até à meia-noite, mas, havendo amostras para trabalhar, a prioridade é dar resposta a quem, ansioso, aguarda por uma conclusão, tendo a burocracia de aguardar.

Num cenário em que muita coisa mudou, a directora admite que todos sentem medo, mas mostra-se pragmática. “Nós tomamos as precauções todas, eliminamos um bocadinho o risco. Se não soubermos que estamos a trabalhar com doentes de risco é mais fácil o contágio do que sabendo”, realça.

As 30 pessoas do serviço estão divididas em duas equipas que alternam semanalmente, para assegurar que tudo funciona “se houver azar”.

Até à data, garante a patologista, “não houve falta de material”, embora acrescente terem especial cuidado para não haver desperdício.

Isabel Torrão, farmacêutica, bata descartável, luvas azuis e máscara cirúrgica para protecção, está habituada a ter cautela com os materiais com que lida. O último mês afigurou-se “uma situação nova”, devido a todas as alterações.

Quando atende o telefone, desinfecta-o de seguida. Tem especial receio quando regressa a casa, apesar dos cuidados. Vive com dois idosos e, se a situação escalar, pondera deixar de ir a casa e encontrar um sítio para pernoitar, numa perspectiva de “ser consciente”.

 

 

Resultados dos Centros Móveis têm de ser validados pelo hospital

O laboratório de Patologia Clínica do CHUCB tem um papel central na parceria estabelecida com o Centro de Investigação em Ciências da Saúde, da Universidade da Beira Interior, e com os municípios da Cova da Beira, no sentido de validar os resultados das recolhas feitas nos postos móveis da Covilhã, do Fundão, e tratadas por técnicos da Faculdade de Ciências da Saúde.

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