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É preciso “saber viver” um Dia dos Santos diferente

Nuno Vicente/Jéssica Rodrigues

Dia de Todos os Santos, feriado em Portugal. Um dia, que se assinala no próximo domingo, 1 de Novembro, mas que este ano, face à pandemia covid-19, será diferente.

Sérgio Diz Nunes, pároco na Igreja de São Tiago e Residência do Jesuítas, na Covilhã, lembra que esta Dia é o momento onde se reconhece quem se tornou “santo”.

Muitos cidadãos covilhanenses concordam com a importância de assinalar esta data. Junto à Igreja de Santa Maria, Paulo Valente, 57 anos, funcionário da Câmara da Covilhã, afirma que o feriado serve para “invocar a memória dos falecidos”. À saída da Igreja, após celebração da Eucaristia, Fátima Farias, 67 anos, reformada, acrescenta a importância de ir ao cemitério “visitar quem lá temos”. Porém, há sempre quem discorde da importância singela deste feriado. Junto do mini-mercado Padaria do Centro, Ilda Saraiva, 68 anos, reformada, mostra-se descontente quando lhe é perguntado se sinaliza a ocasião, na qual muitos dos celebrantes aproveitam para dar a única homenagem anual aos seus ente-queridos, referindo que “é uma palhaçada” e que “as pessoas, enquanto são vivas, é que precisam de ser ajudadas e apoiadas”. Ao seu argumento, acrescenta-se o argumento de Luzia Mendes, 75 anos, reformada dos lanifícios, que diz que se “deve fazer o bem enquanto [as pessoas] cá estão”, embora não retire do significado simbólico deste dia.

Com a presente realidade da pandemia, a celebração do feriado teve de ser alterada para proteger a saúde pública, principalmente nesta época de frio, mais susceptível a doenças. Muitas das idas aos cemitérios, as romagens, tiveram de ser canceladas por todo o País.

Em nome de um “bem maior”

Também à saída da Igreja de Santa Maria, Conceição Silva, 65, reformada, elogia a decisão de se cancelarem as romagens, mas não nega o impacto negativo que tem nas pessoas que só conseguem prestar homenagem nesse dia “Há muita gente que poderia [ir às romagens], mas quem manda, manda” frisa.

O facto das romagens, de facto, levarem ao ajuntamento de muitas pessoas não passa despercebido aos cidadãos, que reconhecem o perigo de as permitir, como se nada tivesse acontecido. Fátima Farias refere que “acha bem, que há muitos ajuntamentos” e Luzia Mendes acrescenta que os cidadãos terão de se adaptar à nova realidade. “Temos de saber viver nesta situação” reconhece.

(Reportagem completa na edição papel)

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