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Artes de Rua deram cor e vida ao Centro Histórico

É com uma sucessão de interjeições e expressões de admiração que Luísa Pereira vai acompanhando, fora da lotada área com lugares sentados, o espectáculo de dança “Finale”, da companhia Del-Revés, de Barcelona. Aos 71 anos, nunca tinha visto dança numa parede e, além da surpresa pelo que acaba de assistir na fachada lateral da Igreja de Santa Maria, mostra-se satisfeita por ter um evento perto de casa e de sentir que se está a distrair dos atípicos últimos tempos que tem vivido.

Tal como Luísa Pereira, muitos outros espectadores viram, entre os dias 3 e 5 de Setembro, as propostas de música, teatro, novo circo e dança do Portas do Sol fora do espaço delimitado a que a pandemia obrigou, o que tornou alguns dos locais pequenos para a adesão ao primeiro festival de artes de rua da Covilhã, promovido pela ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes, que teve a totalidade dos espectáculos esgotados.

Rosa Barata, 62 anos, comerciante no Centro Histórico, zona onde o festival decorreu, manifesta a sua surpresa ao ver bailarinas a dançar numa parede e o agrado por ver as ruas com vida. “Surpreendeu-me e gostei muito, nunca tinha visto um evento destes. Acho que é interessante, porque é uma coisa nova, que a maior parte das pessoas não conhece. É de uma beleza distinta”, considera a comerciante, para quem é preciso que haja movimento nesta zona da cidade, que tem estado muito esquecida”.

Observar algo a que não está acostumada foi o que fez deslocar Luana Gonçalves, 23 anos, do Tortosendo ao Pelourinho, onde viu “Por um Fio”, o novo circo dos portuenses Erva Daninha, a fazerem uso de uma corda de sete metros para protagonizarem acrobacias aéreas. “O espectáculo foi muito engraçado. Eu vim por ser uma coisa que não vemos habitualmente. Fazia falta este conceito e acho que se devia repetir, por ser uma coisa diferente e, na rua, é ainda mais chamativo”, acrescenta.

Ângela Antunes, 43 anos, estudou na Covilhã, onde não pernoitava há vinte anos. Na hora de decidir o local onde passar alguns dias de férias, saber que o festival se ia realizar pesou na decisão de escolher a cidade onde foi estudante, até por se lembrar da criação da ASTA, há duas décadas.

“Achei que era uma boa altura para vir mostrar aos meus filhos a Covilhã. Estou a gostar. De dia vou conhecer as lagoas e piscinas, à noite ver os espectáculos. As cidades precisam de expressão cultural, porque com esta história do novo coronavírus, estamos concentrados na saúde física, mas a nossa saúde é muito mais do que isso”, frisa Ângela Antunes, de Sintra.

Isabel Peixoto, 73 anos, concorda. Residente no Centro Histórico, aproveitou para jantar e assistir da esplanada a “Finale”. “Nunca tinha visto uma coisa do género e gostei muito, é bonito, chama muita gente. Isso estava a fazer falta, porque estivemos fechados em casa muito tempo”, realça.

A pandemia obrigou o Portas do Sol a mudar a data de Julho para setembro e a cancelar alguns espectáculos nacionais e internacionais, tal como a reduzir o número de lugares e a vedar os espaços, onde para entrar é necessário utilizar máscara e desinfectar as mãos. Fora da área delimitada para o público, os comportamentos são distintos. “No geral, acho que as pessoas têm cuidado e tomam precauções, mas em grupos fechados, as pessoas estão mais à vontade”, observa Nelson Finote, aluno brasileiro a estudar na UBI.

(Reportagem completa na edição papel)

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