A persistência, a exigência, a resiliência para atingir um objectivo, ao mesmo tempo que o processo desgasta. É esta a premissa da mais recente produção do Teatro das Beiras, a 107.ª, com estreia marcada para sexta-feira, 20, e horários adaptados ao estado de emergência e ao recolher obrigatório, devido à pandemia.
“A Força do Hábito”, de Thomas Bernhard, encenada por Nuno Carinhas, pela primeira vez a trabalhar com a companhia covilhanense, sobe ao auditório do Teatro das Beiras às 20h45, entre os dias 25 e 27. Este sábado e domingo as sessões são às 11h e a lotação está reduzida a 45 pessoas, pelo que a reserva deve ser feita para o número 275 336 163.
A peça conta a história de um conjunto de artistas liderado pelo autoritário Garibaldi, o Quarteto da Truta, que ensaia repetidamente, sem que nunca consiga executar o que está previsto.
Para Nuno Carinhas esta é uma metáfora sobre o trabalho dos artistas, de repetição, mas também um exercício de convivialidade, “para salvaguardar uma permanência na vida”.
Embora pensada muito antes da pandemia, entende que é possível fazer um paralelismo entre “A Força do Hábito” e o momento que se vive actualmente.
“Estas cinco pessoas vão estando à volta do tema da permanência, da insistência, da resiliência em relação a tudo”, salienta Nuno Carinhas. “Isto toca nas fronteiras das coisas que são essenciais e, quando estamos a viver uma pandemia, estamos a sentir isso, que estamos à beira de fronteiras que nunca foram experimentadas”, acrescenta.
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